Melasma são manchas acastanhadas, de contornos irregulares, mas limites nítidos. Acomete áreas expostas ao sol, geralmente a face e é mais frequente entre mulheres adultas (30 a 55 anos). Sua causa não é totalmente compreendida apesar de alguns fatores de risco serem conhecidos, como história familiar, exposição solar, gravidez, hormônios sexuais, cosméticos e medicamentos fotossensibilizantes.
Na pele, os melanócitos estão presentes na epiderme e são responsáveis pela pigmentação da pele e dos pelos, contribuindo para a tonalidade cutânea, conferindo proteção direta aos danos causados pela radiação ultra violeta assim como são responsáveis pela produção de um pigmento conhecido como melanina. A melanina é o principal pigmento biológico envolvido na pigmentação cutânea, sendo determinante das diferenças na coloração da pele.
Nessa época, quando acaba o verão é comum os pacientes retornarem ao consultório, relatando piora ou recidiva do Melasma. Na maioria das vezes realizaram as atitudes preventivas como utilizar protetor na região da face com cor e FPS correto, usarem boné, hidratante, entre outras. Mas bronzearam o corpo! Um dos motivos do melasma ter piorado ou voltado, é que a radiação solar, aumenta a produção de um hormônio chamado MSH (hormônio estimulante dos melanócitos) , que estimula o melanócito a produzir melanina e ocorre a pigmentação da pele. Mas como o hormônio MSH cai na corrente sanguínea ele pode atingir os melanócitos das áreas que não pegaram sol (bronzeamento a distância), estimulando-os a produzir mais melanina, principalmente nas áreas de melasma.
Em 2016, a revista SUPERINTERESSANTE, publicou uma matéria, chamada o bronzeador Injetável onde um laboratório criou a versão sintética do MSH vendida apenas para o tratamento das vítimas de porfiriado (doença de base genética que provoca hipersensibilidade ao sol). A injeção é aplicada na região do quadril (área escolhida por conter mais gordura, o que torna a picada menos dolorosa) e o princípio ativo do remédio começa a agir. Após 48 horas, a pele de todo o corpo já está visivelmente escurecida, num efeito que dura dois meses. Sendo que os pacientes não pegaram sol para estimular o melanócito, apenas utilizaram a versão sintética do hormônio, que estimulou o melanócito a produzir melanina, “bronzeando a pele”.
Quem tem melasma precisa compreender que sua pele é extremamente sensível à luz. Que o melasma ainda é uma patologia que não foi totalmente esclarecida. Por isso, o melhor a fazer é protejer-se diariamente contra a luz solar e visível. Faça chuva ou faça sol, dentro ou fora de casa. A proteção deve continuar mesmo depois que a hiperpigmentação for tratado (a mancha clareada). E não esqueça que a proteção não deve ser apenas na região afetada, por causa do efeito de bronzeamento a distância. Se você relaxar depois que a pele clarear, a mancha pode voltar!
Dra Raquel Vale- Fisioterapeuta Dermato Funcional, responsável técnica do Centro de Saúde e Estética Elegance.
Referências:
Luciane Donida Bartoli Miot; Hélio Amante Miot; Márcia Guimarães da Silva; Mariângela Esther Alencar Marques. Fisiopatologia do melasma. An. Bras. Dermatol. vol.84 no.6 Rio de Janeiro Nov./Dec. 2009
Jimbow K, Quevedo Jr WC, Fitzpatrick TB et al. Biology of Melanocytes. In: Fitzpatrick TB, Eisen AZ, Wolff K, Freedberg IM, Austen KF. Dermatology in General Medicine. v. 1. New York: Mcgraw-Hill; 1999. p.192-220.
O bronzeador injetável; revista superinteressante.31 out 2016, 18h49 – Publicado em 27 mar 2012, 22h00